Eu voltei a pedalar e gostei!!!!

Confesso que amo pedalar, não é paixão, é amor. Daqueles que esfriam e esquentam, de eternos recomeços. Aprendi a pedalar na década de 80, mais precisamente em 84, ganhei de natal uma caloi cross azul extra nylon. Fizemos uma pista de bicicross em um terrno baldio ao lado de casa. Lógico que apanhei por usar as ferramentas do meu pai sem pedir e esquece-las no terreno baldio, durante os dias de construção da pista. Tinha costelas de vaca, rampas, barrrancos  de 4 a 5 metros, pra descer quase sentado na roda traseira.. Apanhava muito por subir na bicicleta logo após o almoço e só aparecer em casa a noite, mesmo que no inicio, por medo de atravessar a rua, só dava voltas no quarteirão.

Em 86/87 herdei a Caloi 10, com guidão TT, de meu irmão. Com ela comecei a sair pra festas em casas de amigos, as famosas brincadeiras dançantes,as festas americanas, dança da vassoura e do chapéu. Ia de bicicleta até a casa de algum amigo próximo a festa e de lá seguíamos juntos a pé. Foi quando comecei a pedalar até as cidades vizinhas, num raio de 20-30 km.
Em 93 veio o Tiro de Guerra e a Caloi Aspen. Vendi duas Caloi 10 pra compra a minha tão esperada Mountain Bike de 18 machas. Ela me proporcionou a pior queda. Sabe quando você aproveita o embalo da descida pra matar a subida? Resolvi pedalar em pé pra aumentar ainda mais a velocidade e a corrente rodou em falso. Cai de cara no Asfalto. Fratura do maxilar, os três dentes dianteiros retorceram, o osso moeu, quebrei o nariz, trinquei a mandibula, 16 pontos no rosto, deslocamento do ombro e afundamento da cabeça do osso do ombro. O  tombo mais assustador foi um quase atropelamento pelo ônibus da coleta seletiva do lixo, eles viram que era material orgânico e decidiram me descartar. rsrsrs Quase fui imprensando entre os carros estacionados e a lateral do ônibus que estava em alta avelocidade pra aproveitar o sinal aberto. Fiquei me equilibrando e batendo a mão na lataria do ônibus pra não cair debaixo do rodado. Por sorte havia uma vaga nofila de carros estacionados e rolei com a bike, indo parar na calçada, o susto foi grande.
Continuei pedalando nos estradões de terra até que em 95 consegui montar uma bike com quadro de alumínio e 21 marchas cambio alivio. Um verdadeiro sonho de consumo pra minha consdição financeira, o quadro desta bicicleta usei até 2015 e está comigo até hoje. Era estagiário, o dinheiro da  bolsa e os tickets alimentação(eu os vendia e usava a grana para peças) viraram peças e quadro. Mas a alegria durou pouco, comecei a namorar no inicio de 96 e a bike ficou abandonada.
Desta vez a briga foi longa, nosso relacionamento esfriou. Voltei a pedalar somente em 2008 após um ano de um surto paranoide onde fui diagnosticado com esquizofrênico e depois bipolar, some-se a isso o termino de um relacionamento de 6 anos. Voltei a pedalar pra me exercitar e sociliazar, sempre que encontrava velhos amigos na rua eu parava pra conversar. Foi assim que acabei criando o grupo Pedala Maringá que ficou bem ativo até 2012. Mas esta é uma outra história que pretendo contar ano que vem. Aguardem.
Resolvi usar a bike para deixar os remédios, meu salario melhorou, os equipamentos se tornaram acessíveis, resolvi começar viajar de bike. Em 2009 fiz a primeira viagem em grupo, pelo Vale Europeu, a duvida era Velotour ou Carnabike. Explico: as duas são viagens coletivas, mas no velotour voce é responsável pela sua autonomia, carregar bagagem, mantimentos, reservar pouso ou acampar, é organizado gratuitamente pelo Clube de Cicloturismo. O Carnabike também é uma viagem coletiva mas efetuada por agencia, carregam tu bagagem, tem carro de apoio e  apoio mecanico, reservam as pousadas. Havia um grupo grande de Brasilia, umas 8 pessoas, metade da trupe. Aprendi muito sobre Audax, pedais não competitivos, bicicletadas, etc.
Tatsuro, Henrique e eu

Desde então perdi a conta de quantas viagens de bicicleta eu fiz e eventos eu participei até maio de 2017. Organizei eventos, pedais e excursões junto com amigos e agências de turismo de Maringá, me tornei voluntario no Clube de Cicloturismo ajudando em alguns eventos, na criação do novo site, ajudei na criação da nossa associação de ciclistas, ajudei indiretamente na construção de ciclovias e no fechamento do entorno do Parque do Ingá para atividades físícas.

Em julho de 2017 tive o inicio de uma virada maniaca, pra quem não sabe o bipolar varia entre a euforia e a depressão, na euforia o bipolar acha que tudo vai dar certo. Tinha uma viagem planejada com amigos de Maringá e Minas Gerais, meu médico me mandou cancelar. Isto me fez criar um bloqueio, abandonei a bicicleta desde então. Tentei voltar a pedalar algumas vezes mas via como
obrigação, não sentia mais prazer ou vontade, mas hoje isto finalmente mudou.



Apresento ThunderTank (Antiga Fiona)



Hoje fui ao bar de um amigo, o percurso foi todo praticamente todo por ciclovia, calça jeans, All Star, camiseta de algodão, nada de lycra ou eurostyle. Bike com cerca de 20 kilos, guidão, selim, manopla ergonômicos, bagageiro. garrafa pet de água de 1,5 litros, 27 marchas Coroa 42x30x22 -9v 11x40. um trator pelo peso. um conforto inigualável, mas faltam alguns acertos. Eu voltei a sentir prazer de pedalar, as lembranças me vieram a mente, pedalei com lágrimas nos olhos e com um sorriso bobo. Senti-me livre como há muito tempo não me sentia. Como sou bipolar não posso falar em euforia, mas me senti extremamente feliz.
Pensei nos julgamentos que me fazem por conta da doença e do peso. Hoje aceito tudo que me sugerem, se as pessoas acham que estão me ajudando, aceito reiki, imposição de mãos, cromoterapia. aceitar Jesus como salvador, homeotrapia, passes e o que mais vier, pois estou aberto a novas possibilidades e terapias ou curas, pode ser que desta salada de frutas alguma delas me salve.
Meu peso nunca me limitou, meu lipidograma é melhor do que qualquer amigo meu, pretendo emagrecer do conta do envelhecimento e desgaste e enfraquecimento ósseo e muscular. Segunda minha vida vira uma nova revolução. Treino de musculação em dois turnos, yoga e meditação a noite. ah, pego Frankstein.
Frankstein é minha outra bike, totalmente diferente de ThunderTank. Essa é bem mais leve, tem guidão road(aquele curvo) com manetes de freio auxiliares,  relação 53x39x30 10v-11x25, freio a disco mecânico, aro 700, garfo rigido num quadro de MTB 29. É pros dias de tempestade interna, que preciso descarregar a adrenalina, de usar em provas de longa distância, de ir pro trabalho quando estiver atrasado.
Vocês devem estar me achando louco, eu lhes peço: Me apresentem o padrão, quem é o lúcido, em qual forma eu devo ser moldado, que modelo seguir, quem está realmente pronto e são? Respondam-me por favor, eu preciso saber.

"Hoje eu te chamo de careta, e voce me chama vagabundo "

Ah, sábado tem desafio 100km, ainda não decidi se vou de Frankstein ou de Thundertank...kkkkkk



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