A saga do retorno da Rota Márcia Prado 2012

Em dezembro de 2012, fui fazer a descida oficial Rota Cicloturistica Márcia Prado a convite de amigos da Pediverde Cicloturismo, o Fabio Lacerda e o Gustavo Angimahtz. Pra quem não conhece a Rota Márcia Prado é uma sugestão de roteiro ligando a São Paulo a Santos, passando pelo mínimo de rodovias possíveis.  Tem como ponto inicial a Ciclovia da Marginal Pinheiros junto à estação Vila Olímpia da CPTM, passando pela APA (Área de Proteção Ambiental) Bororé - Colônia, São Bernardo do Campo, Parque da Serra do Mar, Cubatão e Santos.

Cerca de 10.000 ciclistas participaram desta edição, o que levou a uma longa espera nas  duas balsas na APA Bororé. Foram cerca de 6 horas de espera nas balsas e outras 6 horas de pedal. A grande aventura, no entanto, foi o retorno pra casa.

Chegamos em Santos por volta de 18 horas (Gustavo, Fábio e eu). Até ali ainda tinha a ilusão que se tudo desse certo, conseguiria embarcar na mesma noite para Maringá. Mal entramos na cidade e meu pneu furou. A câmera reserva também estava furada e pra ajudar nenhum dos três tinha uma bomba de ar. Chegamos no posto e fiz o remendo, mas como havíamos perdido muito tempo, resolvemos comer por ali mesmo e desencanar com o que viria pela frente com relação ao transporte das bicicletas.

Chegamos na Rodoviária e verifiquei que existia um ônibus de Santos a Maringá, já cogitava deixar minhas coisas em São Paulo e teria três possibilidades de reavê-las: Voltar outro dia pra Sampa; o Fabio me enviar via correios, ou pegar com o Gustavo quando ele viesse a Prudentópolis em janeiro. Como seria impossível pegar o ônibus em São Paulo, efetuei o cancelamento da passagem por telefone e segui para o guichê comprar a passagem Santos-Maringá. Fui informado no guichê que não transportariam a bicicleta sem que estivesse embalada, tentei argumentar, achar algum material para embalar a bicicleta, mas não tive êxito. Resolvi voltar a Sampa e ver como seria o retorno, já havíamos visto os horários de vôo, mas os preços assustavam.

A volta pra Sampa também foi meio complicada, muita gente voltando com bicicleta e nenhuma noção de acomodá-las no bagageiro. Junto com o Gustavo e o Fábio fomos arrumando as bicicletas, e conseguimos colocar todas no bagageiro. A bike do Gustavo tem um sistema de blocagem diferente e não conseguimos tirar as rodas, tivemos que reorganizar o bagageiro novamente, mas deu tudo certo. A saída do ônibus estava prevista para as 21h45, mas saímos um pouco depois das 22. Descemos em Jabaquara e pegamos o metrô, no caminho pra casa do Fábio, o metrô ainda ficou parado uns 10 minutos por conta de “um corpo estranho” que estava nos trilhos (foi esta informação repassada pelo sistema de som).
Chegamos na casa do Fábio já no dia seguinte, era mais de uma da manhã. Verifiquei os horários de ônibus e nenhum horário me agradou, consegui achar um voo mais em conta saindo de Guarulhos ao meio dia.

Quem viaja de bicicleta, sabe bem o transtorno que é conseguir embarca-la com segurança em ônibus ou avião, mas desta vez a coisa foi um pouco mais complicada que o normal. A solução foi transportar a bike no mala bike, uma vez que transportar a bicicleta “montada” nos vagões do metro não é possível em dias úteis. Desci na estação do Tietê e segui até o terminal rodoviário, carregando o mala bike e as demais bagagens. Não foi muito fácil, e pra ajudar um taxista espertalhão queria me convencer que não existia ônibus ligando o terminal ao aeroporto, pensei na hora: Mentindo pra conseguir passageiro, maravilha!!!

Cheguei a Guarulhos 2 horas antes do embarque, fiz o check-in nos terminais de auto atendimento e segui pra fila. O atendente da Gol me orientou a ir para outra fila mais curta. Ao chegar na nova fila, a atendente falou que estava na fila errada. Argumentei que quem tinha me indicado a fila foi o outro funcionário da mesma empresa...Lá se vão alguns minutos de conversa desnecessária até conseguir entrar na fila. Ao chegar no guichê de atendimento fui informado que não poderia transportar a bicicleta pois estava fora das normas da empresa. Um pedaço do guidão estava pra fora do malabike. Tentei argumentar que já viajara de avião assim diversas vezes, mas não tive sucesso. Fui orientado a desmontar o guidão e além disto embalar o mala bike naqueles plásticos que protegem a mala. Como foi um pedal curto, não tiah levado minhas feramentas, e tinha que encontrar um jogo de chave Allen para desmontar a mesa e o guidão. Pra quem conhece o aeroporto de Guarulhos, sabe que não é nada pequeno. Achei uma chaveiro do outro lado do terminal onde consegui comprar um jogo de chave allen, ao tentar tirar os parafusos a allen espanou. Já tava com o tempo curto e tentar a devolução só iria me tomar tempo, comprei outro jogo de chave allen, um pouco melhor e consegui desmontar a mesa e embalar a bicicleta novamente.
Voltei até onde deveria embrulhar o mala bike, mas já não tinha dinheiro, só cartão de crédito. Na hora de pagar, nada da máquina aceitar o cartão. Lá vou eu tentar sacar dinheiro, acho um terminal da caixa no segundo andar, mas só tinha cédulas de 2 reais e o valor que precisava sacar extrapolava o número máximo de notas que a máquina permitia. Lá vou eu procurar o caixa 24 horas, que pra ajudar era no primeiro andar e distante do  terminal 24 horas. Assim que cheguei vi 2 terminais, entro novamente em outra fila e um pouco antes de chegar a minha vez, acabou o dinheiro de um dos terminais... Finalmente consigo sacar, pago o que devia e volto ao terminal onde fui atendido. Creio que houve troca de turno e novos funcionários estava ali. Novamente me mandam pra outra fila, restavam poucos minutos para o limite do embarque. Novamente sou informado que não era possível embarcar bicicleta e comecei uma pequena discussão com o atendente, que queria me mandar pra outra fila. Expliquei que estava em cima do horário, que havia atendido todas as normas que a colega se trabalho dele havia me passado e que iria perder meu vôo. Depois de alguns minutos, finalmente consigo embarcar, o avião só aterrissou em Maringá na segunda tentativa, na primeira uma rajada de vento atrapalhou. Meu irmão já me esperava no saguão, eu estava com um das camaras digitais penduradas no pescoço e resolvi coloca-la na pochete, pra facilitar o transporte do malabike; Quando entro no carro dele, o choco Milk em caixinha que tava na minha pochete estourou, molhando as câmeras digitais que tinha levado comigo. Só tenho uma coisa a dizer: Uhu, maravilha, uhu!!!


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