Prudentópolis, a superação do Nino


Uma das coisas mais legais de uma viagem é a oportunidade de conhecer novos lugares e culturas e principalmente novas pessoas. Acabamos sabendo mais da vida destas pessoas do que das que convivemos diariamente, talvez até pela ausência de julgamentos que este primeiro contato proporciona.

Perdi as contas de quantas vezes passei por aquele bar em Faxinal da Anta Gorda, nas viagens que fiz para Prudentópolis, mas desta vez foi bem diferente, nada de conversas rápidas e um até breve. No dia anterior havíamos conversado sobre nossas vidas, nossos medos, angústias e as histórias complicadas que cada um de nós carrega. Celebramos a superação destas dificuldades, as amizades e a vida.



Paramos naquele bar, justamente para uma nova cereja, um novo brinde, mas o que não sabíamos é que viria acompanhado de uma nova história. Entre uma cerveja uns copos de cachaça, salsicha em conserva e salgadinho de milho sabor bacon, observávamos os pássaros que vinham comer os grãos deixados na porta dos fundos do bar. Um dupla de “gralha azul” nos chamava a atenção pelo tamanho e beleza. Entre um gole e outro pedimos para o dono do bar participar com a gente e pegar um copo. Ele nos contou que já fazia X anos que não bebia, que um único gole seria um grande problema pois é alcoólatra. Ficamos curiosos e ele começou a contar sua história.


Já havia trabalhado de tudo que se possa imaginar, foi artesão, e havia trabalhado de garçom, cozinheiro por muito tempo na capital do estado, sendo que nesta época consumia uma garrafa de cachaça por dia.
Nesta época era casado, com filho e o alcool havia se tornado mais importante que a família. Certo dia resolveu buscar ajuda, pediu a separação deixou a casa para a mulher e o dinheiro que tinha na poupança e voltou para a casa da mãe em Prudentópolis. Ficou apenas com 200 reais na conta e foi tentar retomar a vida. Após algum tempo pediu a mãe algum dinheiro para uma consulta que o ajudaria no processo de reabilitação. Passou no banco para retirar o valor que faltava, entretanto um bar no meio do caminho mudaria suas intenções. Após gastar todo o dinheiro que tinha, retornou ao banco pra tentar sacar o resto, mas estava tão bêbado que errou a senha e teve seu cartão retido. Seguiu para o bar de uma amigo que o deixou ficar por ali alguns dias. Um dia estava dormindo ao relento quando uma senhora que nunca tinha visto na cidade, apesar de ter anscido ali e se criado em Prudentópolis, lhe ofereceu ajuda e o levou parar um clinica.

Conseguiu completar seu tratamento e acabou permanecendo lá por mais tempo, trabalhando como cozinheiro e tomando coragem para encarar a vida novamente. Quando finalmente saiu de lá, retorno a Curituba, usou o resto do dinheiro que tinha pra comprar material pro seus artesanatos. Com a sacola cheia de havaianas decoradas com missangas, decidiu bater nas portas dos restaurantes, na tentativa de conseguir vender seu produto. Já no primeiro restaurante a dona simpatizou com ele, comprou toda sua produção e ao ouvir sua história lhe ofereceu um emprego. Nino não só havia recuperado um emprego, como sua digidade. Resolveu também largar o vicio do cigarro e todo dia guaradava o dinheiro qu antigamente gastaria em cigarro e cachaça. Todo dinheiro extra era guardado, o que sobrava do salário, gorjetas e aos poucos foi construindo com as próprias mãos o bar onde estávamos.
Agora ele estava ali, dou outro lado do balcão, vendendo e encarando todo dia aquilo que tinha sido sua fraqueza, não tendo nehuma recaída. Contou-nos ainda que tinha uma nova companheira e que dali há pouco iria pra casa dela tomar banho pra ao gastar energia da casa dele, rimos e falamos que iria economizar água também, ao que ele responde que isto noçao era necessário já que a água era de poço.
Agradecemos a hospitalidade e a história que nos havia contado, tiramos uma foto e pegamos seu endereço com a intenção de mandar a foto para ele.

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